Como reagir ante uma infidelidade?

As feridas da infidelidade não são esquecidas com o tempo e quase nunca cicatrizam, mas todos nós merecemos uma segunda chance. Ainda que o medo esteja sempre presente, podemos tentar uma reconciliação.
Como reagir ante uma infidelidade?
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 11 julho, 2023

Com a primeira infidelidade perde-se a inocência. A confiança com o companheiro é rompida e muitos de nossos valores vão pelo ralo. Mas, como devemos reagir? Qual é a melhor opção?

O impacto da infidelidade

A infidelidade, às vezes, surge quando menos esperamos. Uma mensagem no celular de nosso parceiro. Um e-mail. Uma fotografia ou uma pista indiscutível de que a pessoa que amamos foi infiel.

Como reagir? Um aspecto interessante que os psicólogos explicam é que as pessoas possuem a obsessão de querer entender tudo. De buscar uma explicação que revele a razão do ocorrido.

  • Falta de Amor
  • Tédio
  • Um encontro casual
  • Uma característica que não conhecíamos no companheiro
  • Falta de maturidade do parceiro
  • Ou inclusive por nossa culpa: por falta de atenção, tempo escasso para compartilhar, etc.

Um aspecto que fique claro antes de tudo é que, ao sofrer uma traição, muitas vezes sentimos um atentado direto a nossa autoestima.

Não somente sentiremos raiva pelo ocorrido, como dor e inclusive ódio, mas também é comum se sentir humilhado. Em certos casos corre-se o risco de cair em uma depressão. 

Mas, na realidade, como devemos reagir? O que seria mais racional nestes casos?

Como tendemos a reagir ante uma traição?

amor-500x312

A forma na qual as pessoas tendem a reagir ante uma traição dependerá de vários fatores:

  • De como foi a traição. Algo pontual? Ou a traição dura já há bastante tempo?
  • Sentimo-nos responsáveis? Descuidamo-nos demais de nosso companheiro?
  • Dependerá também de como foi a descoberta. Seu parceiro continua negando? Ou reconhece e não se arrepende?
  • Nossa personalidade fará com que reajamos de modo diferente

Vejam agora quais são as formas mais comuns de reagir ante uma traição.

1. Buscar um culpado

É uma das formas mais comuns. Em nossa vontade de compreender nos obcecamos, às vezes, em buscar culpados. Ou mesmo centramos todo nosso desprezo para o nosso parceiro, ou podemos dirigir este desprezo para a pessoa com a qual fomos traídos.

Buscar culpados ajuda a desabafar, mas deve ser algo passageiro. Por detrás disso, normalmente, surge a separação ou mesmo o perdão.

2. A vingança

São muitas as pessoas que ante uma traição buscam causar danos ao parceiro. A pessoa pode decidir separar-se e romper a relação ou pode decidir continuar com a convivência.

Seja como for, algumas pessoas buscam se vingar mantendo outra relação, buscando assim provocar no outro a mesma dor, o mesmo sofrimento.

3. O perdão

Perdoar nem sempre significa reconciliar-se. Pode-se continuar com o relacionamento, mas perdoar não é esquecer.

Às vezes, obriga a reconstruir a relação com uma base incômoda de ressentimento, que nem sempre é fácil. Se o perdão oferecido for real e autêntico pode ser aceito.

Mas, não vai ser fácil, devemos aprender a viver com “pequeno ou grande dor crônica”.

4. Uma nova etapa no relacionamento

Pode ser surpreendente, mas existem casais que ante uma traição descobrem uma nova etapa de mais intensidade no parceiro.

Surge a reconciliação e uma etapa de maior intensidade afetiva e sexual. Se junta por um lado o medo de perder o ser querido, a culpa de quem foi infiel e aquelas longas conversas em que foram esclarecidos aspectos importantes. É surpreendente, sabemos, mas pode ocorrer.

5. A separação definitiva

Inevitável e compreensível. A infidelidade é uma traição do compromisso, do pacto de intimidade entre duas pessoas.

É uma ofensa aos nossos sentimentos e um atentado a nossa autoestima e equilíbrio pessoal. Nem todas as pessoas são capazes de oferecer o perdão e nem todas as pessoas merecem.

Na maioria das vezes, a infidelidade termina em término.

Mas, qual é a opção mais adequada?

chorar

Não existe opção melhor ou pior. A melhor opção é aquela que oferece equilíbrio e tranquilidade emocional. As feridas da traição não são esquecidas com o tempo e quase nunca cicatrizam.

Pode-se tentar a reconciliação, mas o medo sempre permanecerá. O perdão sempre é terapêutico, mas, às vezes, não é para todas as pessoas, sendo então o mais saudável o rompimento e nossa própria recuperação.

Mas se tal traição for considerada algo passageiro e pensa que não vai voltar a acontecer, siga em frente. Todos merecem uma segunda chance, mas a outra pessoa deve se esforçar e demonstrar seu carinho sincero e seu autentico arrependimento.

Perdoe se for capaz e se acredita que pode continuar com a relação. Mas, se sua autoestima está fragmentada e se sente que seu interior está muito quebrado para seguir em frente, estabeleça distâncias e termine com aquilo que te causa dano.

Agora é tempo para se recuperar, para se levantar novamente e olhar para frente com esperança.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Beltrán-Morillas, A. M., Valor-Segura, I., & Expósito, F. (2019). Unforgiveness Motivations in Romantic Relationships Experiencing Infidelity: Negative Affect and Anxious Attachment to the Partner as Predictors. Frontiers in Psychology, 10, 434. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2019.00434
  • Braithwaite, S. R., Selby, E. A., & Fincham, F. D. (2011). Forgiveness and relationship satisfaction: Mediating mechanisms. Journal of Family Psychology, 25(4), 551–559. https://doi.org/10.1037/a0024526
  • Knopp, K., Scott, S., Ritchie, L., Rhoades, G. K., Markman, H. J., & Stanley, S. M. (2017). Once a Cheater, Always a Cheater? Serial Infidelity Across Subsequent Relationships. Archives of Sexual Behavior, 46(8), 2301–2311. https://doi.org/10.1007/s10508-017-1018-1
  • Lichtenfeld, S., Buechner, V. L., Maier, M. A., & Fernández-Capo, M. (2015). Forgive and Forget: Differences between Decisional and Emotional Forgiveness. PLoS One, 10(5), e0125561. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0125561
  • McDaniel, B. T., Drouin, M., & Cravens, J. D. (2017). Do you have anything to hide? Infidelity-related behaviors on social media sites and marital satisfaction. Computers in Human Behavior, 66, 88–95. https://doi.org/10.1016/j.chb.2016.09.031
  • Nagurney, A., & Thornton. (2011). What is infidelity? Perceptions based on biological sex and personality. Psychology Research and Behavior Management, 4, 51-58. https://doi.org/10.2147/prbm.s16876

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.