Por que os cálculos renais se formam?

Os cálculos renais podem ser hereditários. Para evitar o seu surgimento, recomenda-se beber bastante líquido (de 6 a 8 copos de água por dia) e evitar o álcool e a cafeína.
Por que os cálculos renais se formam?

Última atualização: 11 agosto, 2020

Os cálculos renais, pedras nos rins ou nefrolitíase, são uma massa dura que se formam graças aos cristais presentes na urina. Muitas vezes, os compostos químicos naturais presentes na urina previnem a formação dos cálculos.

No entanto, a doença pode aparecer, por isso, é necessário conhecer os sintomas, efeitos, causas e possíveis tratamentos para curá-la.

Além disso, caso não seja tratada a tempo, pode causar danos irreversíveis e reincidir constantemente.

Por outro lado, é importante saber que existem diferentes tipos de cálculos renais, sendo necessário analisá-los para buscar um tratamento e construir uma vida saudável, a fim de que o problema não volte a acontecer.

Causas da formação dos cálculos renais

Cerca de 5% das mulheres e 10% dos homens sofrem de cálculos renais no Estados Unidos ao longo de suas vidas. Essa doença dolorosa representa uma perda de $2 milhões de dólares por ano e ocorre pela presença de uma quantidade de substâncias específicas na urina.

Dessa maneira, formam-se pequenos cristais que se transformam em cálculos e podem demorar semanas ou meses para adquirir consistência e solidez.

Pessoas que não tomam líquido o suficiente têm mais risco de desenvolver a doença, logo, a probabilidade de que ocorra é maior em pessoas que produzem menos de um litro de urina por dia; o que equivale a aproximadamente ¼ de um litro.

Os cálculos podem ser eliminados do corpo sem causar efeitos permanentes, são dolorosos e têm a capacidade de se formarem outras vezes, caso um tratamento não seja estabelecido e seguido.

Assim, caso reincidam muito tempo após o tratamento, podem causar danos no rim e outros efeitos adversos.

O Dr. Glenn Preminger, diretor do Centro Completo do Cálculo Renal de Duke e professor de cirurgia urológica da Universidade de Duke, afirmou que:

“Não há nenhuma dúvida que os cálculos renais estão relacionados à obesidade”. O Dr. também participou como coautor em resultados parecidos de um estudo publicado no Journal of Urology.

Sintomas

 

Dor nos rins por causa dos cálculos renais

 

É muito comum que, na formação dos cálculos renais, não apareçam sintomas até que os cálculos desçam pelos condutos chamados ureteres, pelos quais a urina é transportada até a bexiga.

Dessa forma, quando os cálculos se formam, podem bloquear a área e prejudicar a passagem da urina desde os rins.

Existem diversos sintomas associados à doença. O principal é a dor intestinal que começa esporadicamente de forma repentina e pode desaparecer da mesma forma.

Assim sendo, existem duas maneiras de sofrer essa dor. Na primeira, a dor se localiza em um dos lados inferiores das costas ou na área abdominal.

Já na segunda, a dor tem a possibilidade de se estender aos testículos (dor testicular) ou na região da virilha (dor inguinal).

Outros sintomas são:

  • Vômitos
  • Sangue na urina
  • Náuseas
  • Cor anormal da urina
  • Calafrios
  • Febre 

Efeitos

Dentre os efeitos, há possíveis complicações. Caso o problema não seja tratado, seja ignorado, podem surgir complicações mais sérias devido ao fato de que os cálculos se tornam um obstáculo para o fluxo de urina.

Além disso, tais complicações vão desde lesões renais a infecções recorrentes a inúmeras outras.

Possíveis complicações:

  • Infecção das vias urinárias
  • Uropatia obstrutiva unilateral aguda e branqueamento do ureter
  • Dano renal e problemas com a cicatrização
  • Reaparição dos cálculos
  • Perda das funções ou diminuição do rim danificado 

Tipos de cálculos

calculos-renais

 

É preciso considerar que existem diferentes tipos de cálculos, assim, torna-se mais fácil não só identificá-los, como também o tratamento mais adequado:

  • Cálculos de cistina: podem se formar em pessoas com transtornos de cistinúria, que é hereditário e pode atingir tanto aos homens quanto às mulheres.
  • Cálculos de cálcio: esses são mais comuns e os homens com idades entre 20 e 30 anos são mais suscetíveis a apresentá-los. Se formam quando o cálcio é combinado com diferentes substâncias como o fosfato, o carbonato ou o oxalato (substância mais frequente).
    Esta última substância pode ser encontrada em vários tipos de alimentos como o espinafre ou em suplementos de vitamina C.
    Além disso, outras doenças do intestino delgado incrementam o surgimento de cálculos de cálcio.
  • Cálculos de ácido úrico: são mais comuns em homens do que em mulheres e podem acontecer após quimioterapias ou gota.
  • Cálculos de estruvita: surgem em mulheres que têm infecções urinárias e podem crescer até tamanhos capazes de tornar a bexiga, os rins e os ureteres totalmente incomunicáveis. 

Além disso, outras substâncias podem formar os cálculos, como os medicamentos indinavir, aciclovir e triantereno. 

Tratamento

O tratamento dos cálculos renais podem começar com uma dieta especial. Após o médico averiguar o tipo de cálculo e realizar diferentes exames para determiná-lo, é possível receitar uma dieta específica necessária para diminuir a quantidade de cálculo ou eliminá-los.

Um nutricionista pode sugerir um novo cardápio, mesmo que, em qualquer dieta, seja muito provável a mudança da quantidade de potássio, sal, líquidos, proteínas, oxalato e cálcio consumidos normalmente.

Uma maneira de evitar os cálculos e acabar com eles é beber entre 6 e 8 copos de água por dia, para que o corpo possa produzir uma grande quantidade de urina. Porém, a dor pode ser muito intensa, o que torna o consumo de analgésicos narcóticos necessário.

Além disso, se a dor for insuportável, o paciente precisará ser hospitalizado com a necessidade de ingerir de líquidos através de uma veia (intravenosos).

Junto a isso, o tratamento específico depende do tipo de cálculo formado e os sintomas causados. Caso sejam pequenos, os cálculos tendem a sair sozinhos, caso o corpo os expulse, será preciso coletar a urina para analisar o cálculo e evitar futuros inconvenientes.

Dessa forma, a depender do tipo de cálculo, existem alguns medicamentos que o médico pode receitar a fim de prevenir a formação ou estimular a decomposição diminuindo a concentração das substâncias que o estão formando. Podem ser os seguintes:

  • Diuréticos (diuréticos tiazídicos)
  • Antibióticos que servem para os cálculos de estruvita (um mineral da classe dos fosfatos)
  • Citrato de sódio e bicarbonato de sódio
  • Alopurinol para tratar os cálculos de ácido úrico
  • Soluções de fosfato 

Se a cirurgia for necessária, o cálculo ou os sintomas devem cumprir as seguintes características:

  • O cálculo tem que ser suficientemente grande, o que inviabiliza que saia sozinho
  • O cálculo deve estar obstruindo o fluxo de urina, o que provoca danos renais e infecções
  • O cálculo deve estar em crescimento contínuo
  • A dor deve ser extrema e insuportável.

Contudo, os tratamentos são ótimas opções, pois são menos invasivos. Vários deles não causam complicações sérias:

  • A nefrolitotomia percutânea: é utilizada quando os cálculos são muito grandes e estão perto do rim ou dentro dele. Se isso ocorrer, o cálculo será removido por uma sonda chamada endoscópio, introduzida no rim através de uma pequena incisão cirúrgica.
  • A ureteroscopia: é uma opção de tratamento para quando os cálculos se localizam nas vias urinárias baixas.
  • A litotripsia extracorpórea: nesse tratamento utilizam-se ondas de choque para suprimir os cálculos menores do que meia polegada. Os cálculos devem estar alojados no ureter ou perto do rim para que o método seja eficaz. Dessa maneira, implementando ondas de choque ou ondas sonoras os cálculos são quebrados e posteriormente, facilmente eliminados pela urina.
  • Por outro lado, em algumas circunstâncias a cirurgia aberta ou nefrolitotomia, é necessária. Porém, só é empregada se os outros métodos não puderem ser executados ou não funcionarem. 

Dicas para evitar a formação de cálculos renais

Se considerar essas dicas específicas, como uma simples mudança na alimentação, será possível evitar a formação de cálculos renais.

Por outro lado, caso já sofra de cálculos renais, ou já sofreu, é preciso tomar algumas precauções para evitar futuras complicações ou reincidências:

  • Os cálculos renais podem ser hereditários. Além disso, se ocorreram anteriormente, é recomendável tomar líquidos em abundância. Como já mencionado anteriormente, entre 6 a 8 copos de água por dia para que o corpo possa produzir urina o suficiente. Alguns especialistas sugerem o consumo de 12 copos de água por dia.
  • Com respeito aos líquidos que devem ser ingeridos, não esqueça que alguns líquidos têm a capacidade de nos desidratar mais rápido. Por isto, é melhor evitar consumi-los. Por exemplo: bebidas que contenham cafeína ou álcool.
  • É preciso considerar o tipo de cálculo presente para fazer uso do medicamento correto. Alguns, ao serem consumidos, têm o poder de diminuir certos compostos presentes na urina e que geram os cálculos renais; ou servem para reduzir a disposição que a urina têm para formá-los.
  • É possível realizar mudanças na alimentação para evitar que substâncias ingeridas formem cálculos renais e possam provocar a reincidência deles. Dessa maneira, recomenda-se diminuir o consumo de lácteos, como queijos e leite.
  • Caso apresente cálculos de oxalato, é preciso diminuir o consumo de bebidas gasosas, amendoim e chocolates.
  • Se forem de cistina, é preciso reduzir o consumo de peixes.
  • Para aqueles que sofrem de cálculos úricos, consumir carne, anchovas e frango não é recomendável.

Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Maurer, R. M., & Wildin, R. E. (1965). Milk-of-calcium renal stone: report of a case. Radiology84(2), 274-275.
  • Rapado, A., Traba, M. L., Caycho, C., & Cifuentes-Delatte, L. (1987). Drug-induced renal stones: incidence, clinical expression and stone analysis. In Pathogenesis and Treatment of Nephrolithiasis (Vol. 58, pp. 25-29). Karger Publishers.
  • Orozco, B. R., & Camaggi, M. C. (2010). Evaluación metabólica y nutricional en litiasis renal. Revista Médica Clínica Las Condes21(4), 567-577.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.