Como conviver com uma pessoa que tem Transtorno de Personalidade Limítrofe (TLP)?

Conviver com uma pessoa com TLP ou transtorno de personalidade limítrofe pode ser difícil, mas há algumas pautas que podem nos ajudar a continuar com a relação.
Como conviver com uma pessoa que tem Transtorno de Personalidade Limítrofe (TLP)?

Última atualização: 23 agosto, 2022

O Transtorno de Personalidade Limítrofe (TLP) dificulta a vida de muitos casais.

Ainda que não seja impossível manter uma relação, é preciso ter em conta certos aspectos para que ela seja saudável e se desenvolva da melhor forma.

Mas, antes de qualquer coisa, é importante saber claramente que ajudar nosso parceiro com TLP não significa que vamos mudá-lo.

Este transtorno precisa de um acompanhamento por parte de um profissional com o qual se espera uma melhora.

No entanto, é necessário saber que isso é para a vida toda. Haverão recaídas e outros momentos nos quais nos esqueceremos do problema.

Só que, apesar de todo o tratamento, o transtorno estará sempre ali.

Comportamentos típicos de quem convive com alguém portadores do Transtorno de Personalidade Limítrofe

Casal com transtorno de personalidade limítrofe

Vamos abordar aqui os comportamentos mais comuns de quem convive com alguém que sofre de TLP. Muitos destes comportamentos prejudicam a pessoa com Transtorno de Personalidade Limítrofe, causando pioras e favorecendo a continuidade de seus sintomas, por exemplo.

Devemos nos lembrar que estamos diante de indivíduos com uma grande instabilidade emocional e um pensamento muito polarizado. Por isso, é preciso ter cuidado especial ao tratá-los.

Sendo assim, a pessoa que convive com alguém que sofre do Transtorno de Personalidade Limítrofe, costuma:

  • Ameaçar abandonos que não cumpre ou desfazer o relacionamento e voltar quando a outra pessoa promete que vai mudar. Isso aumenta a instabilidade emocional do TLP;
  • Ignorar os comportamentos que considera inaceitáveis. Assim, transforma-se em um aliado do transtorno e favorece a continuidade da conduta patológica;
  • Procurar o equilíbrio, deixando-se guiar pela direção que marca o TLP. Sente-se culpado se as coisas não melhoram, pois acredita que é um erro próprio;
  • Optar pelo silêncio, não falando do problema com o parceiro e, inclusive, escondendo ações do dia a dia de familiares ou amigos. Evita, dessa forma, que o TLP seja consciente do que está acontecendo;
  • Diante dos problemas ou crises, considera que a outra pessoa o ama profundamente e que a dificuldade está no fato de que seu parceiro não é responsável pelos seus comportamentos.
Mãos se tocando representando o Transtorno de Personalidade Limítrofe (TLP)

Nenhuma dessas formas de agir é a correta. Em algumas, a pessoa participa do problema e, em outras, justifica as ações e não diz nada, com a consequente persistência do comportamento.

Atue como um espelho, não como uma esponja

Mulher com transtorno de personalidade limítrofe

É fácil terminar encharcado deste transtorno se mantivermos os comportamentos mencionados anteriormente.

Apesar de queremos proteger nosso parceiro, esta não é a melhor forma. Conviver com uma pessoa que tem transtorno de personalidade é muito difícil e temos que ter consciência de como estamos atuando a respeito disso.

Em síntese, nosso objetivo é que os sintomas sejam detidos, que eles não continuem.

Para isso, é necessário que sejamos fiéis às nossas crenças e valores. Não temos porque permitir que nosso parceiro faça tudo só porque sofre deste transtorno.

Quem o faz não está agindo corretamente, e isso é preciso ser dito.

É um erro justificar a forma de agir da pessoa. Como parceiro, é preciso estabelecer uma linha limite que não deve ser cruzada, aconteça o que acontecer.

Comunique claramente que não está disposto a suportar determinados comportamentos e mantenha-se fiel a isso. Se fraquejar, tudo irá por água abaixo.

As ameaças não funcionam

Casal com transtorno de personalidade limítrofe

Falar do problema é mais do que necessário para que o TLP seja consciente de onde falha e possa encontrar uma solução.

Porém, às vezes, podemos nos irritar e recorremos às tão fáceis ameaças. Isso jamais deve acontecer, pois vamos acabar piorando a situação e aumentando sua instabilidade emocional.

Sendo assim, aprenda a dizer que “não”, a exteriorizar o que sentenunca se sinta responsável pela conduta que seu parceiro com TLP tem.

Se você se sentir bem, se desejar tratar a outra pessoa como alguém frágil a quem proteger, tudo começará a fluir.

Continue sendo você mesmo e tenha cuidado com os comportamentos negativos como mentir, enganar ou desafiar o TLP. Lembre-se de que seu pensamento é polarizado e que suas emoções, às vezes, estão fora de controle.

Atuar de acordo com seus princípios, pôr limites e não se deixar levar pela doença alheia garantirá o equilíbrio na relação.

Será duro, um caminho cheio de pedras e buracos.

No entanto, se você estiver disposto de verdade a ficar com essa pessoa em uma situação como essa, deve ter consciência de tudo o que foi mencionado anteriormente.


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