Mamografias: os riscos superam os benefícios?

Há várias décadas que os meios de comunicação e as mesmas entidades de saúde vêm destacando a importância que as mamografias têm na prevenção do câncer de mama.
Mamografias: os riscos superam os benefícios?

Escrito por Katherine Flórez

Última atualização: 23 agosto, 2022

Embora a mamografia tenha servido para detectar muitos dos casos da doença, também originou, em algumas mulheres, certos efeitos negativos que hoje seguem sendo pesquisados e que foram questionados mediante provas científicas.

O tema da mamografia foi debatido durante muitos anos e segue gerando polêmica não só na comunidade médica, mas também nos meios de comunicação e em todos os leitores que acessam a informação detalhada.

O fato é que, sendo conscientes da questão delicada que resulta o assunto, queremos compartilhá-lo porque sabemos que pode ser muito importante para todas as mulheres.

Os potenciais riscos da mamografia

Mamografia para o estudo das células

Por meio de diversas pesquisas científicas realizadas em vários países do mundo, foi demonstrado que poderia ser inútil e inclusive perigoso se submeter a testes de detecção precoce do câncer de mama.

Isso não quer dizer que o exame não ajude a detectar a doença.

O grande problema é que as autoridades seguem fazendo centenas de campanhas para que as mulheres realizem o exame a favor do diagnóstico precoce, mas sem oferecer informações sobre os riscos que a realização periódica pode implicar.

Neste sentido, Cochrane Collaboration, um grupo formado por mais de 31 mil médicos e cientistas espalhados por 120 países, revelou em várias ocasiões os riscos em relação à mamografia.

Desta forma, foram reunidas importantes informações em um documento intitulado “S creening for breast cancer with mammography” (em português, “Mamografias de controle para detectar o câncer de mama”), na qual se expõem as verdades e riscos do popular exame.

O grande problema: a imprecisão

Mamografia para detectar alterações na mama

Por meio das mamografias pretende-se conseguir um diagnóstico oportuno, mediante o descobrimento de pequenos grupos de células cancerígenas nas mamas, que não podem se apalpados nem vistos a olho nu.

O grande inconveniente que ocorre com estas técnicas de imagem e análise é que não permitem diferenciar as células cancerígenas perigosas que se transformarão em câncer de mama daquelas células que são inofensivas.

O certo é que todos temos, em certa medida, grupos de células cancerígenas no corpo que só se pode detectar com um exame tão minucioso como a mamografia.

O que ocorre é que na maioria dos casos, estas células desaparecem de forma espontânea e nem sequer ficamos sabendo de sua existência.

No caso particular das mulheres, foi demonstrado que é normal, em um momento ou outro, desenvolver o que se conhece como carcinoma de mama in situ ou “pseudo câncer”, cuja eliminação deveria se dar de maneira natural, sem que cause a mínima dor ou perigo.

Este tipo de carcinoma cresce com tanta lentidão que nunca chega a se converter em um câncer perigoso e está longe de fazer metástase.

No entanto, se a doença for detectada por meio de uma mamografia, o mais seguro é que o médico pronuncie o que ninguém quer ouvir: “você tem câncer”.

Diagnóstico falso positivo

Imagem de uma mamografia

Estima-se que mais da metade dos cânceres diagnosticados através da mamografia são sobrediagnóstico ou falso positivos, ou seja, assinalados como perigosos quando ainda não haviam se manifestado no organismo dos pacientes e não haviam modificado a qualidade de vida.

Conheça: Câncer de mama: 9 sinais que toda mulher deve conhecer

O problema é que este exame não permite saber com precisão qual será o futuro do tumor, por isso o médico vai sugerir iniciar com o complexo tratamento para “deter” a enfermidade.

Uma vez que tenha sido feita a detecção precoce do diagnóstico positivo, o mais provável é que acabe na extirpação cirúrgica, seguida de radioterapia, quimioterapia, radiações e tudo o que faça falta para eliminá-lo, ainda que não seja necessário.

Por razões óbvias é aqui onde se acarretam as graves consequências, já que todo o processo de “cura” implica dezenas de efeitos secundários.

Quando se submeter a uma mamografia?

Medica olhando resultados de uma mamografia

Apesar dos potenciais riscos que existem a respeito deste tipo de exame médico, várias organizações como Breakthrough Breast CancerBreast Cancer Campaign y Breast Cancer Care, concordam que é mais conveniente que as mulheres continuem realizando a mamografia.

Em especial as mulheres que estão entre os 50 e os 74 anos de idade, que é quando há um maior risco de sofrer com a doença.

No entanto, sem estar de um lado dos dados revelados nos estudos, também é enfatizado que as mulheres devem ter “informação clara” sobre os danos, tendo a possibilidade de escolher se vão realizar o exame ou não.

Somado a isto, se desaconselha a realização periódica da mamografia antes das idades mencionadas, a exceção dos casos com fatores de riscos genéticos.

Muitos cientistas estão tratando de desenvolver um tipo de técnica que complemente este tipo de método de detecção, com o fim de melhorar os resultados e reduzir o número de mulheres submetidas a tratamentos desnecessários.

Enquanto isso, é essencial que as mulheres conheçam os riscos aos quais se submetem, sem deixar de estar consciente de que sua realização pode significar um diagnóstico oportuno. O que você pensa disso?


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