Novo tratamento para as enxaquecas crônicas

Um achado casual pode ser a solução das enxaquecas crônicas. Aquelas pessoas que foram injetadas com toxina botulínica para reduzir as rugas observaram como a incidência das cefaleias diminuiu consideravelmente. 
Novo tratamento para as enxaquecas crônicas
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 27 junho, 2023

As enxaquecas crônicas afetam cerca de 2% da população mundial. Além disso, têm uma incidência de aparecimento entre 12 e 15 dias por mês.

Ou seja, crônica não significa que uma pessoa sofra este tipo de dor de cabeça ao longo de 10 ou 20 anos. Este tipo de enxaqueca, diferente da episódica, é persistente e incapacita a pessoa durante vários dias seguidos.

As intensas dores de cabeça são acompanhadas por enjoos, vômitos, sensibilidade à luz do sol e cansaço físico.

No geral, o tratamento nestes casos é multidisciplinar. São oferecidos vários tipos de medicações, cuida-se da alimentação e podem ser seguidas diferentes terapias.

Unidade de Enxaqueca do Grupo Antiaging de Barcelona (Espanha) desenvolveu uma nova técnica. Mesmo que implique em uma pequena intervenção cirúrgica, libera a pessoa deste sofrimento até mudar sua vida.

Oferecemos a seguir mais informações.

As enxaquecas crônicas, um problema muito complexo

As pessoas que sofrem com enxaquecas crônicas nem sempre encontram a solução para a sua doença.

7 em cada 10 pessoas dizem não receber um tratamento adequado e muitas delas optam pela automedicação e o uso de analgésicos.

Estamos, portanto, ante um problema complexo que requer inovação, investimento e uma reorientação nos tratamentos.

Existem pacientes que sofrem enxaquecas episódicas, outros crônicas e pessoas que simplesmente não a padecem, mas isso depende de vários fatores de risco.

  • Fatores hereditários. Em grande parte dos casos existe um componente genético que passa de mães para filhas.
  • Sofrer de hipersensibilidade neurológica faria com que a exposição a distintos desencadeadores como o estresse, a luz do sol, diferenças de temperatura ou determinados alimentos causem a dor de cabeça.
  • Submeter-se a determinadas intervenções cirúrgicas, como uma operação para tratar um aneurisma. Uma das possíveis sequelas temporais ou crônicas é precisamente a dor de cabeça continuada.

Existem muitos pacientes que começaram sofrendo episódios de enxaqueca de vez em quando e, com o passar do tempo, essa enxaqueca se tornou cada vez mais frequente até virar crônica.

Também existem aqueles que experimentam o caso contrário: começam com uma enxaqueca crônica e ficam com uma enxaqueca episódica espontaneamente. Hoje ainda se desconhecem as causas destes fenômenos.

Um novo tratamento para as enxaquecas crônicas

Assim como indicamos anteriormente, este método para tratar as enxaquecas crônicas se baseia em uma intervenção cirúrgica. A técnica é muito mais simples do que parece.

Explicaremos a seguir.

Mulher consultando por enxaqueca

Um descobrimento casual

Em síntese, o procedimento foi descoberto por acaso nos Estados Unidos.

Todas aquelas mulheres que tinham se submetido a um tratamento para apagar as rugas da testa com toxina botulínica, declaravam que suas dores de cabeça haviam desaparecido.

  • Desde então, foram realizados diversos estudos sobre a eficácia de injetar “botox” ou bloquear o músculo abaixo da sobrancelha.
  • Quando se consegue liberar a pressão entre os nervos temporais, frontais, occipitais e nasais, a enxaqueca desaparece.

Como o tratamento é feito?

Da Unidade de Cirurgia de Enxaqueca do Antiaging Group, em colaboração com Migraine Surgery Center, da Alemanha, foi desenvolvida esta técnica.

O tratamento nem sempre é eficaz 100%. As enxaquecas crônicas desaparecem, mas pode-se ficar com dores de cabeça pontuais (com uma diminuição na frequência).

Não tenha dúvidas em consultar seu médico sobre o uso ou não deste tratamento.

A saber, estes seriam os passos:

  • Primeiramente, uma consulta médica para conhecer o caso de cada paciente.
  • Em seguida, testa-se no paciente a toxina botulínica para determinar a idoneidade da pessoa para a terapia.
  • Depois, faz-se um acompanhamento de duas semanas para ver se a pessoa aceita ou rejeita o botox em seu organismo.
  • Procede-se à operação em si. Dura uma hora, e a cirurgia não é mais do que uma série de espetadas na testa para “liberar” os nervos periféricos..
  • Por fim, aplica-se anestesia geral e o pós-operatório é bastante rápido.

Logo depois de duas semanas de descanso o paciente pode voltar à vida normal.


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